Os rituais e a importância da legitimidade

A vida humana está ladrilhada com uma série de incontáveis rituais. Estes momentos têm como objetivo marcar passagens e sacramentar eventos que transformam a vida das pessoas, dando-lhes legitimidade.

formatura 900Alguns rituais são oficiais. O casamento, as formaturas acadêmicas, a diplomação de parlamentares, de governadores, prefeitos e até do próprio Presidente da República. Mesmo eleito, o próximo mandatário da nação somente assume este status após a cerimônia de diplomação. Mesmo tendo completado um curso superior de engenharia, por exemplo, uma pessoa não é considerada engenheira até que a cerimônia de formatura a sacramente como tal.

Há também rituais não oficiais, mas que nem por isso são menos significativos, como os trotes acadêmicos pelos quais passam os recém-aprovados em universidades, ou os bailes de debutantes, que sinalizam a passagem das meninas da adolescência para a vida adulta.

batismo 900Dentro de sociedades dos mais diferentes matizes, os rituais de passagem são uma constante. O batismo nas igrejas cristãs, o ritual da Tucandeira que sela a passagem para a vida adulta dos jovens índios da tribo sateré mawé através da imersão das mãos em uma luva com formigas venenosas, os rituais de iniciação maçônicos e de outras sociedades similares, e até mesmo rituais para tornar-se membro de entidades menos aceitáveis socialmente como máfias e gangues são apenas alguns exemplos do como o ser humano dá valor aos rituais de passagem.

Mas existe um tipo de organização que não tem nenhum ritual de passagem. As empresas.

Você, leitor, já se deu conta de que as empresas em geral não dão grande valor às mudanças de status das pessoas? Por qual ritual passa o novo funcionário no momento da admissão? Nenhum.ok 900 E o mesmo acontece com as promoções. Pode até haver comunicação, mas ritual não. Ninguém sagra cavaleiro o funcionário que assume uma função mais relevante ou mesmo um operador que passa da situação de controlado para a de autocontrolado.

Talvez esta inexistência de rituais nas empresas ajude a explicar a falta de comprometimento dos funcionários para com as organizações e o porquê das pessoas serem muito mais fiéis às igrejas e a outras associações do que à empresa onde trabalham e onde ganham o seu sustento.

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