O “Big Bang” e o “Big Crunch” empresarial

Houve um dia, nos primórdios da maioria das empresas, em que tudo estava concentrado em uma só pessoa e todas as decisões emanavam de uma só cabeça.

Cresce a empresa, as ações descentralizam e as decisões ficam pulverizadas entre inúmeras cabeças. É o “Big Bang” empresarial.

Decisões ocorrem em qualquer lugar onde haja uma pessoa, seja na direção da empresa, seja na operação de uma máquina ou até mesmo em uma operação de limpeza. A pessoa raciocina e raciocinando, decide como fazer a tarefa.

Com a multiplicação de focos de decisão a empresa pode sofrer perdas porque nem todo mundo pensa da mesma maneira. Há sempre pessoas que não sabem exatamente o que a empresa espera do seu trabalho e nem como devem agir. A elas se somam aquelas que perderam o elã e passam até mesmo a trabalhar contra os objetivos da organização.

Em função destas distorções em relação aos objetivos globais, a empresa passa a investir às vezes pesadamente em treinamento e em programas motivacionais. Estas ações vão se repetindo periodicamente através de reciclagens, porém os resultados alcançados nem sempre são os esperados.

O empreendedor solitário dava tudo de si pelo seu negócio, e seria desejável que todas as pessoas continuassem a agir da mesma forma, o que só se tornaria possível caso fosse promovida uma volta ao passado, arrebatando todos ao momento do nascimento da empresa onde passariam a fazer parte da sua criação como se empreendedores fossem.

Obviamente, não é possível promover física e temporalmente este retorno de toda a população empresarial ao momento zero da organização como em um “Big Crunch” onde todos passariam a pensar da mesma maneira, porém é possível levar a ideia inicial a todas as pessoas através de um “Big Bang” conceitual.

As pesquisas motivacionais sempre apresentam o mesmo resultado praticamente em todas as empresas onde são realizadas. As pessoas não sabem o que a empresa espera do seu trabalho, sentem falta de participação nos assuntos mais importantes, não se sentem suficientemente recompensadas e discordam dos modelos de liderança das chefias.

Estas insatisfações passam a se manifestar no momento em que a empresa inicia seu crescimento e começa a contratar, e a causa é uma só: o empreendedor não diz exatamente o que espera das pessoas e não compartilha seus sonhos. Esta falha de comunicação é a maior geradora de insatisfações e de perdas.

Mas nunca é tarde demais para fazer um retorno ao passado. Não ao passado cronológico e sim ao passado conceitual.

É preciso recompilar a ideia que motivou o nascimento da empresa e conclamar todas as pessoas a adotá-la. É preciso uma mudança comportamental de todos indistintamente, do executivo maior até o mais humilde colaborador.

Com o compartilhamento de intenções e propósitos, é possível retornar às origens e consolidar compromissos mútuos. E este mútuo comprometimento tornar-se-á muito mais sólido se for sacramentado através de um ritual de passagem a partir do qual tudo se transforma.

Parece simples e até ingênuo, mas os resultados nada mais são do que fantásticos. O nível motivacional sobe às alturas e o empenho em produzir resultados melhores que os esperados se torna rotineiro.

Este é o único caminho para transformar uma empresa multi funcional em uma unidade coesa unida em torno de um só objetivo. Os ganhos comprovados são formidáveis.

O “Big Bang” e o “Big Crunch” empresarial
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