Desmistificando a liderança. Onde estão os pit bulls?

 

Imaginemos uma empresa como uma pista de corrida onde pessoas, algumas atletas, devem correr 100 metros rasos.

Alguns estão nervosos no partidor loucos para se lançarem em uma desabalada corrida rumo à linha de chegada. Outros nem tão motivados assumem suas posições na largada pelo menos demonstrando que têm intenção de correr. Outros ainda nem sequer demonstram vontade de correr e se arrastam em direção à largada, e outros ainda sentam-se no chão demonstrando claramente que não querem e nem vão correr.

Aí se manifesta a loucura que assola as empresas.

Líderes ficam tentando entender o porquê da desmotivação dos desinteressados, fazendo profundos estudos sobre a natureza do ser humano, sua cultura, suas origens, peculiaridades da geração a que pertencem e até mesmo sua motivação pessoal para não querer correr, dando palestras na vã tentativa de estimular os relapsos a demonstrarem um mínimo de esforço para percorrer a pequena distância que os separa da linha de chegada.

Toda a preocupação e todo o investimento das empresas voltados para a liderança não tem como foco aqueles verdadeiros atletas que querem vencer e sim para aqueles que não têm interesse ou não querem correr. A vitória da empresa depende de toda a equipe e só será alcançada se todos cruzarem a linha de chegada juntos e na frente dos concorrentes de outras equipes. E, muito importante, as empresas pagam para que as pessoas corram. Não há voluntários nas equipes empresariais. Todos são pagos para correr.

Aqueles que não demonstram interesse e que até mesmo não querem correr, na verdade não demonstram qualquer compromisso consigo mesmos ou com aqueles que dependem de seus ganhos como corredores. Imaginem então o seu comprometimento para com a vitória da equipe.

Mas há uma forma simples de fazer com que toda a equipe corra com todas as suas forças e até mesmo que bata conjuntamente todos os recordes mundiais dos 100 metros rasos. Basta soltar uma matilha de pit bulls nos seus calcanhares. Sentindo o bafo daquelas execráveis criaturas com olhos injetados de sangue e uma vontade louca de apanhar e estraçalhar alguma presa mais lerda, todos os membros da equipe se transformam instantaneamente em Usain Bolts deixando até mesmo o multi medalhista olímpico comendo poeira.

Toda a parafernália criada em torno da liderança cai por terra na hora que os pit bulls entram em cena. Ou corre ou o bicho pega.

Mas será necessário soltar uma matilha de cães assassinos para fazer a equipe correr com todas as suas forças? Absolutamente não. Basta manter na equipe apenas pessoas que queiram correr e que tenham capacidade de vencer. Aí se tornam desnecessários os pit bulls e até mesmo os motivadores. Assumem seu lugar os especialistas em corrida anaeróbica de curta distância, observando os erros, corrigindo distorções e incentivando o desempenho.

Jamais uma empresa deveria gastar um centavo com pessoas que não demonstram interesse em fazer aquilo pelo que são pagas.

Ok, alguém pode ficar para trás por um problema de lesão, e isto tem que ser considerado e corrigido pelo fisioterapeuta, mas preguiça e desinteresse jamais podem ser tolerados.

Faço uma ressalva antes de concluir.

Em muitas empresas as pessoas nem sabem por que estão na pista de corrida. Não sabem quantos metros têm que correr e nem qual o propósito da corrida.

Aí só tem uma solução. Soltem os pit bulls na sala da diretoria.

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