Serão as empresas entidades diferentes de todas as demais associações humanas?
As pessoas se associam pelos mais diversos motivos. Clubes desportivos, associações de classe, sindicatos, igrejas, sociedades secretas, aficionados dos mais diversos hobbies como cinefilia, coleção de carros antigos, filatelia, turismo de aventura, observação de pássaros e mais uma infinidade de outros grupos que congregam pessoas em torno de alguma ideia comum fazem parte do dia a dia das pessoas.
Não vejo nenhum grande estudo comportamental voltado para os integrantes destes grupos, enquanto vejo milhares de estudos sobre o relacionamento entre as pessoas e uma entidade específica: a empresa.
Por que desta diferença?
A primeira coisa que me vem à mente, é que as empresas podem pagar por sugestões enquanto que as demais sociedades, como não possuem finalidade lucrativa, não tem o mínimo interesse em gastar seus recursos em divagações sobre as peculiaridades do ser humano. As pessoas simplesmente passam a participar destas entidades voluntariamente e permanecem enquanto o propósito as atraia. Se a atração se desfizer, a pessoa também simplesmente abandona a entidade.
Em relação à empresa, como existe pagamento pela permanência, o relacionamento passa a ser de dependência financeira e muitas vezes psicológica.
Seria isto motivo suficiente para que a mesma pessoa participe ativamente de uma igreja, inclusive contribuindo monetariamente, e se torne relapsa em relação às suas obrigações assumidas com a empresa que lhe paga pela participação?
Há um equívoco no relacionamento empresarial e creio que se situe na falta de um propósito comum. Empresas e pessoas são entidades que, me parece, fazem questão de abraçarem objetivos diferentes ao mesmo tempo em que ficariam muito mais satisfeitas e realizadas se o propósito fosse comum. Quem não gostaria de trabalhar em uma empresa que a fizesse mais feliz e qual empresa não gostaria de contar com pessoas que a tornassem mais lucrativa?
Parece-me que a solução para o impasse empresarial é de fácil solução. Bastaria um tête-à-tête no qual, numa conversa franca, a empresa esclarecesse seu propósito e as razões que a levam a contratar pessoas. Uma troca de informações sobre deveres e direitos de parte a parte. Nada mais. Como acontece com todos os demais grupos associativos de pessoas. um verdadeiro New Deal.
Depois disto, um bom aperto de mão com aqueles que livremente se prontifiquem a fazer parte deste grupo e a buscarem o propósito comum. Quem não quiser que saia ou que seja saído. Não há outro caminho.
Quando empresas e pessoas comungarem de um único propósito, em torno de uma única ideia, os resultados para ambas as partes terão grandes chances de se tornarem excelentes.
Esta é a mágica de uma Ideia Atratora. Simples, fácil, natural e revolucionária.
Pensem nisto.