Não existe cidade onde não haja algum tipo de empresa, seja industrial, comercial, agropecuária ou de serviços, assim como também não existe uma cidade em que não haja alguém trabalhando como empregado em alguma destas empresas. Empresas e pessoas são dois universos distintos e complementares.
Dois universos
Um universo, a empresa, sempre é criada com o objetivo de transformar dinheiro em mais dinheiro. O empreendedor investe seu capital, seu conhecimento e seu tempo na esperança de que seu investimento seja lucrativo. Se não o for, não conseguirá mantê-lo vivo.
O outro universo, as pessoas, igualmente está à procura de dinheiro, e o emprego é uma alternativa para satisfazer esta sua necessidade.
O encontro
Em um determinado momento de suas existências, os dois universos se encontram. A empresa vai precisar de alguém para realizar uma tarefa ou exercer uma função, ao mesmo tempo em que a pessoa precisa de um lugar onde possa aplicar seu conhecimento e exercer suas habilidades. É uma relação de mútuo benefício.
Na maior parte das vezes, a empresa se mantém fisicamente estática como uma flor e a pessoa perambula à procura de seu sustento como uma abelha. A empresa depende das pessoas para atingir seus objetivos e a pessoa precisa da empresa para de igual forma, atingir os seus.
Tudo é dinheiro
Indiferentemente ao que são na realidade, independentemente de suas aspirações ou de seus ideais, num primeiro momento ambas buscam exatamente a mesma coisa. Dinheiro.
É o dinheiro que moderniza, enriquece a faz crescer a empresa ao mesmo tempo em que proporciona à pessoa condições para satisfazer suas necessidades, promover seu progresso pessoal e conquistar seus ideais. O dinheiro promove a segurança e possibilita o desenvolvimento da liberdade para decidir seus próprios destinos.
A diferença
As empresas e as pessoas têm um objetivo comum. Ambas querem ganhar e aspiram a ganhar mais. Onde está a diferença entre elas?
Sob este ponto de vista, esta diferença não existe. Empresas e pessoas são exatamente iguais e deveriam, para o mútuo benefício, agir como iguais. Este seria o estado da arte no relacionamento empresarial. Mas quase nunca isto acontece.
Metáfora das abelhas
Voltando à metáfora da flor e das abelhas, alguém poderia dizer que a planta explora o trabalho das abelhas porque estas promovem a sua perpetuação? Tenho certeza que as abelhas não pensam assim, e isto por três simples motivos: primeiro porque estão buscando benefícios próprios e as plantas lhes fornecem o néctar e o pólen indispensáveis para sua sobrevivência, segundo porque não conseguem ler os escritos de muitos consagrados filósofos humanos que desenvolveram grandes teorias que tentam propor soluções para problemas por eles mesmos criados, e finalmente porque vivem tão atarefadas que nem teriam tempo para dar atenção a um sindicato das abelhas, caso este viesse a existir.
Conclusão
Empresas e pessoas são universos distintos na aparência, porém exatamente iguais na essência. Ambas têm o mesmo objetivo: ganhar mais dinheiro (lucro). É por isso que, se trabalhassem juntas, ambas poderiam ganhar dinheiro muito mais que suficiente para simbioticamente resolverem suas necessidades e alcançar seus objetivos.
Não há motivo algum para instigar conflitos no relacionamento entre estes dois universos. O que se vê em muitos casos, entretanto, é um permanente embate ideológico no qual um universo se vê explorado e o outro prejudicado.
Está mais do que na hora de ambos os universos reverem estes conceitos.