Ilhas.

Tenho certeza que se você pensar em ilha será mentalmente arrebatado a Fernando de Noronha, às ilhas Seicheles, à Capri, ao arquipélago de Galápagos, às ilhas Gregas, às ilhas britânicas, às Ilhas Fiji, à ilha de Santa Catarina ou a inúmeros outros lugares paradisíacos. As ilhas sempre são fascinantes.
Mas você já pensou nos fantásticos acontecimentos que podem ocorrer em uma ilha?
Vamos pensar um pouco.
Conhecemos a definição de ilha como sendo uma porção de terra cercada de água por todos os lados. Mas ilha também é um local que não mantém contato com outros lugares isolando seus habitantes em um mundo particular.
Porque existe um cachorro da raça Poodle?
O Poodle, como qualquer raça de cachorros, cavalos, gatos, bovinos ou qualquer outro ser distinto de outros semelhantes só existem porque foram ilhados.
Nos primórdios da humanidade, o homem primitivo jogava na porta de sua caverna os restos dos seus alimentos. Estes restos chamaram a atenção de predadores, entre os quais, o lobo.

Com o passar dos tempos, alguns lobos acostumaram-se com os restos deixados pelo homem e passaram a se aproximar mais e a acompanhá-lo. Vendo no lobo um animal que poderia vir a lhe proporcionar companhia e até mesmo proteção contra outros predadores, o homem começou a tentar cativar aqueles que eram menos ferozes e aos poucos passaram a conviver juntos.
Os lobos menos ferozes cruzavam com outros lobos menos ferozes e geraram filhotes menos ferozes. Quanto mais conviveram mais o homem foi ilhando os lobos mais mansos impedindo que os mesmos mantivessem contato com os seus irmãos ferozes.
Em decorrência deste processo de isolamento, os lobos ilhados começaram a apresentar mutações que, no futuro, isolados em novas pequenas ilhas, acabaram por se transformar nas inúmeras raças caninas da atualidade. Se não tivessem sido ilhados ter-se-iam mantido tão selvagens como o são os lobos que ainda hoje continuam em liberdade.

As ilhas proporcionam a união de seus membros assim podem isolá-los dos membros pertencentes a outras ilhas.
As pessoas também formam ilhas em torno de interesses comuns como profissionais, desportivos, religiosos ou culturais. Qualquer associação de pessoas é, de alguma forma, uma ilha. A maior prova disso é a facilidade com que distinguimos um japonês de um esquimó, de um norueguês ou de um pigmeu. Os povos que vivem isolados adquirem características visuais peculiares, além de todas as demais decorrentes de sua convivência hermética.
Dentro de uma empresa, que também é por si só uma ilha, há uma grande probabilidade de desenvolverem-se ilhas menores seja em função da departamentalização seja em torno de lideranças que apresentam ideias que cativam as pessoas e as fazem passar a agir como grupos isolados. Este fenômeno é característico do ser humano devido á sua irresistível tendência a se reunir como outras pessoas com as quais compartilhem ideias e interesses afins.
A ilha é um lugar onde a energia se concentra porque todos os seus membros pensam ou agem de forma similar. O problema numa empresa é quando se formam ilhas estanques, o que é um fato muito frequente, que acabam por transformá-la em um arquipélago formado por inúmeras ilhas cujos membros, além de se isolarem, podem viver em estado de guerra com as outras ilhas ou até mesmo com todo o arquipélago.
Quando isto ocorre as perdas se tornam gigantescas. A energia potencial que existe em cada pessoa e que deveria se transformar em trabalho e em resultados acaba se dissipando em cabos de guerra movidos por querelas particulares que podem levar toda a empresa a perder o foco e a passar a trilhar um caminho muitas vezes sem volta.
