Nota do autor: Bivetorial é uma equação
cujo resultado depende da variação
de duas variáveis ou de dois vetores.
A equação mais importante em uma empresa é deste tipo.
Se o propósito é otimizar resultados econômico-financeiros, este propósito só será alcançado quando os dois vetores variarem favoravelmente: Receitas e custos ou despesas.
Na balança das receitas e despesas, o prato das receitas deve se deslocar para ponto mais alto enquanto que as despesas para o mais baixo. Quanto mais estas posições se distanciarem melhores os resultados.
Os gestores de uma empresa deve sempre estar de olho nestes dois vetores. Se um deles for negligenciado boa parte do que poderia ser ganho se dissolve em perdas.
No momento turbulento pelo qual o país passa, grande parte dos empresários tem passado noites em claro tentando empurrar os dois pratos da balança para os devidos lugares e esta vigília não tem sugerido as melhores ações a serem tomadas.
No prato das receitas mínguam as contribuições. O mercado está excessivamente recessivo e a busca por aumento ou até mesmo, manutenção dos níveis de receitas parece ter se tornado uma luta inglória. Este prato da balança vai baixando independentemente dos esforços do empresário porque se trata de uma variável externa ao sistema sobre o qual ele não tem ascendência.
A demanda se retraiu muito e a fúria da concorrência em abocanhar a parte remanescente se assoberba a cada dia. Tornou-se uma batalha de titãs.
Como não é fácil alavancar o lado esquerdo da balança, a saída é tentar abaixar ao máximo o lado das despesas na tentativa de pelo menos equilibrar os pratos.
As empresas têm dado grande atenção a este prato, cortando tudo o que é desnecessário e dentro deste pacote estão pessoas. Despesas com pessoal sempre pesam significativamente.
Aqui, porém, é preciso ter uma grande atenção.
Mercado recessivo, alto nível de desemprego e demissões de colegas levam as pessoas, naturalmente, a lutar pela sobrevivência e isto sempre resulta em um excesso de prudência.
A criatividade desaparece, a iniciativa fica inibida e o medo de errar se dissemina. E isto leva ao “cada um por si”. Os resultados da empresa ficam esquecidos porque as pessoas passam essencialmente a pensar nos seus próprios resultados.
Como consequência, o abaixamento do prato direito da balança fica bloqueado.
A solução para este impasse passa pela união e todos em torno dos objetivos da organização. Tanto as alternativas geradoras de receitas como de redução de despesas estão latentes dentro das cabeças das pessoas.
Somente através da mobilização de toda a equipe em torno da busca pela otimização dos dois vetores fará com que a empresa passe mais confortavelmente pelo momento tenebroso.
Não vai funcionar se apenas parte da equipe se preocupar com os resultados. Ele sempre será a resultante do trabalho conjunto.
A questão toda se resume em como a empresa, num momento de grande recessão vai conseguir arrancar as pessoas da normose e fazer com que pensem, criem e ajam sem medo de se tornarem vítimas de suas próprias iniciativas.
É preciso celebrar um grande contrato entre as partes. Para mover as pessoas é preciso dar-lhes a certeza de que estarão seguras nos seus empregos o que somente será estabelecido através de uma única ideia. É preciso instituir a cumplicidade entre empresa e pessoas. É preciso institucionalizar a liberdade.
Enfim, é preciso criar uma Ideia Atratora, na qual todos acreditem e com a qual todos se comprometam. Não é fácil neste momento, mas é a única alternativa. Se os pratos da balança inverterem suas posições será o fim de tudo, empresa e empregos.