A falácia da estratificação das gerações

“Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem eliminei as coisas de crianças”

(1Cor 13 11)

Paulo, o apóstolo, que viveu entre 5 e 67 depois de Cristo (ou seja, há um bocado de tempo), distinguiu  claramente um adulto de uma criança. Quando criança agia como criança e quando adulto agia como adulto. Não falou, mas com certeza, quando jovem agia como jovem.

A idade leva o ser humano, assim como todo ser vivo, a sofrer mutações consideráveis. Isto faz parte das leis da natureza. Todo filhote de sangue quente é brincalhão. Quando jovem se torna imprudente devido à falta de experiência e depois, adulto, tende a ser prudente e conservador em função das experiências vividas. Tudo se resume em mutações hormonais, sendo a maior delas a explosão da puberdade. Todo ser passa por este processo independentemente se nasceu no tempo de Cristo ou nos anos 1950, 1970, 2000 ou em qualquer outra época.

Nos anos 1960, a geração baby boomer, hoje conservadora, preocupada com a estabilidade no emprego e que se preocupa em ser reconhecida pela experiência, entre outros estereótipos, promoveu uma revolução cultural e de costumes jamais igualada até os dias atuais.

Costumes, cultura geral, música que continua atualizada até hoje, liberdades individuais como a libertação da mulher em função da invenção da pílula anticoncepcional, tecnologia da informação, descoberta da dupla hélice do DNA e uma infinidade de outras evoluções e conquistas são frutos desta geração. Esta geração criou o cartão de crédito, a televisão em cores, o plástico bolha, o ultrassom para fins clínicos, os aparelhos de micro-ondas para aquecimento de alimentos, o chip sucessor do transistor da geração anterior e até mesmo os refrigerantes diet.

Se formos atrás do que dizem os estratificadores de gerações, os revolucionários dos anos 1950 ou 1960 são velhos conservadores que conflitam com o espírito voluntarioso e arrojado das gerações posteriores. Eles foram muito mais arrojados ainda que não dispusessem das facilidades disponibilizadas pela tecnologia da informação como hoje está ao alcance de qualquer pessoa e que se desenvolveu em sua geração.

Eram melhores que as pessoas das gerações x, y ou z? Absolutamente não. Apenas eram os jovens da época e agora são os adultos ou até mesmo idosos. A idade os modificou assim como fatalmente modificará os jovens de hoje e de todos os anos futuros.

As crianças de hoje serão os adultos de amanhã e os velhos de depois de amanhã. É a lei da natureza. Os adultos de qualquer época podem se diferenciar fisicamente dos mais jovens, porém não obrigatoriamente emocional ou intelectualmente. Há muito adulto com a mente mais jovem do que muito jovem. Mas isto não é nem bom e nem ruim. Cada pessoa tem suas características próprias. Faz parte da maravilha que é a vida.

Tirando fora a denominação baby boomer que caracteriza por outros motivos os gerados logo após a segunda guerra mundial, a classificação das gerações pode se manter estática. Sempre será verdadeira porque as pessoas vão passando através delas. Quem hoje é z amanhã será x.

O resto são apenas falácias para impressionar sem qualquer fundamento que não seja biológico secundado pelo avanço da tecnologia.

A falácia da estratificação das gerações

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