Em 1978, surgindo desconhecido do interior do estado de São Paulo, com uma equipe mediana, o Guarani de Campinas conquistou o Campeonato Brasileiro jogando contra as equipes da elite do futebol brasileiro da época.
Pulamos 37 anos no tempo. Em maio de 2015, apesar de cheio de esperanças, o Grêmio amargava um início de ano nada promissor. Comandado pelo quase mítico Luiz Felipe Scolari e com o time formado pelo máximo permitido pelo momento financeiro do clube, qual seria a solução?
Em uma atitude surpreendente, a diretoria do tricolor gaúcho não titubeou e substituiu o consagrado “Felipão” e colocou em seu lugar o ex-lateral direito Roger Machado, cujo currículo como treinador não era superior ao do próprio Felipão quando começou a treinar o mesmo Grêmio pela primeira vez, no final dos anos 1980.
Pois com praticamente a mesma equipe, o clube porto alegrense passou a apresentar um futebol vistoso, coeso e solidário, acumulando vitória sobre vitória.
Mais um ano para frente. Neste mês de abril de 2016, o Audax, obscuro time de Osasco se classifica para a final do Brasileirão, conquistando este feito sobre o Corinthians paulista, atual campeão brasileiro.
Nenhum destes fatos se assemelha à batalha de Davi contra Golias, ou à luta de James Buster Douglas contra Mike Tyson. Davi acertou uma só pedrada e acabou com o gigante, enquanto Buster Douglas acertou um direto no queixo do então multicampeão e invencível Mike Tyson, nocauteando-o e se sagrando vencedor em uma luta na qual era o azarão disparado.
No caso desses times de futebol, o que se viu foi uma superação jogo a jogo durante dezenas de rodadas, e isto exclui, totalmente, qualquer fator de casualidade. Mas o que fizeram estes comandantes vitoriosos, seja Carlos Alberto Silva pelo Guarani de Campinas; Roger Machado pelo Grêmio ou Fernando Diniz Silva pelo Audax, para transformar equipes medianas em expoentes do futebol?
Nada se nota exteriormente, nenhuma grande contratação, poucos jogadores de primeira linha. É interessante lembrar que a folha de pagamento do Audax é um quinto da folha do Corinthians, ou seja, R$ 350.000,00 contra R$ 7.000.000,00. A única coisa que se nota é um belo futebol jogado com raça por todos os jogadores da equipe.
Com absoluta certeza, o segredo está escondido dentro do vestiário. É ali que, com uma conversa cativante, estes técnicos – também nenhum deles estrela de primeira grandeza de suas profissões – transmitiram uma Ideia que fez os jogadores se unirem e decidirem dar o melhor de si pelo próprio clube.
Cada um deixou de pensar em si mesmo e juntos passaram a formar um bloco monolítico, como se fossem um só grande atleta formado por onze partes perfeitamente encaixáveis.
A Ideia vendida pelo professor – como são chamados pelos atletas os treinadores – os cativou completamente, aglutinou em uma só equipe e os tornou vencedores. Esta ideia, que provavelmente inclui o fato de que, quando o time ganha, quando o clube prospera, todos eles ganham também, conseguiu atrair a todos.
Este é, sem dúvida, um exemplo prático de uma Ideia Atratora nos campos de futebol. E ela funciona exatamente como a descrita no modelo GAIA, trazendo resultados expressivos e mudanças imediatas de produtividade apenas com o poder das ideias.