O pavor não pode nos imobilizar

Escancararam-se as portas do inferno.

Até meados de abril, a tempestade tropical chamada Sérgio Moro fustigava parte do universo político.

A partir da terça-feira 11 entramos no olho do furacão.

O furacão Fachin.

Alimentados pelas delações dos proprietários e executivos da Odebrecht os ventos alcançaram velocidades inimagináveis lançando o país num vácuo político com consequências imprevisíveis. E a velocidade dos ventos deve aumentar mais ainda com as delações das outras grandes empreiteiras. Será que sobrará pedra sobre pedra?

Mudanças profundas na concepção geral do país se tornam inadiáveis ou mergulharemos de vez no universo bolivariano fazendo par com a Venezuela na corrida para a autodestruição.
A economia continua estagnada, o desemprego em níveis alarmantes e as empresas com medo de empregar devido à ação deletéria de dois entre seus grandes inimigos figadais: os sindicatos e a justiça trabalhista.

Tudo sinaliza que estes inimigos serão fortemente questionados pelas duas propostas inseridas na reforma trabalhista: fim da contribuição obrigatória aos sindicatos e consagração do negociado sobre o legislado. A primeira deverá reduzir consideravelmente a quantidade de sindicatos parasitas e a segunda tenderá a restaurar a segurança jurídica nas relações trabalhistas.

Isto por enquanto são apenas intenções, mas não deixa de lançar esperanças sobre o universo empresarial.

O momento pelo qual passamos assemelha-se ao sofrido pelo Japão do pós-guerra.

Derrotado, o Japão mergulhou no caos econômico e social, do qual só conseguiu sair através da união entre empresas e trabalhadores em torno de um objetivo comum. A conclusão óbvia a que os japoneses chegaram foi que somente empresas lucrativas poderiam gerar bons empregos. E todos passaram a dar o melhor de si para que as empresas se tornassem lucrativas. Este foi um dos fatores determinantes da grande virada japonesa.

O panorama político brasileiro vai continuar caótico por muito tempo ainda, restando somente aos empresários salvarem seus empreendimentos. E o exemplo japonês ensina que não há outra saída senão através da união de todos em torno de melhores resultados empresariais. Os empregos serão decorrência

Este é um momento mágico, uma oportunidade ímpar que não pode ser desperdiçada.

Estão nas mãos dos empresários as ferramentas para provocar a grande mudança. As pessoas estão cheias de energia potencial que, mais cedo ou mais tarde, se transformará em ação. Que esta energia não seja geradora de caos social e sim de bonança e progresso para todos nós.

O pavor não pode nos imobilizar
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